terça-feira, 9 de setembro de 2008

Memória de meu 1º Congresso

Ao chegarmos à linda Natal, Rio Grande do Norte, após uma viagem de 36 horas, cansaço, barulho e um dia e meio sem tomar banho, nada de descanso. A palavra de ordem era aproveitar ao máximo durante toda a semana e só descansar no ônibus durante o retorno à Bahia.

Depois de nos situarmos em nosso novo espaço, que por sinal era muito agradável, nos dirigimos a UFRN, para o credenciamento no congresso. É imensa a estrutura da faculdade e os recursos que oferece então, nem se fala, dentre eles, uma biblioteca enorme de dar água na boca, área de lazer, alimentação, artesanato, agências bancárias, feiras de livro.

De tão movimentada, a faculdade mais parecia uma cidade. Gente chegando, gente saindo, gente de todo tipo, de todos os lugares, brasileiros e estrangeiros, profissionais e estudantes de comunicação, ali concentrados pelo mesmo propósito. Evento grandioso, a edição 2008 do Intercom – Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação teve como tema central Mídia, Ecologia e Sociedade.

Em meio a tantas palestras, cursos, oficinas, mesas de debate e uma infinidade de opções, nunca foi tão prazeroso adquirir conhecimento. Cabe aqui relatar o que mais me marcou no congresso. Em uma das palestras sobre temas livres do meio comunicacional, me atentei para concepções que ocorrem no nosso dia-a-dia.

A mídia passa o tempo todo reconstruindo o passado por meio de documentos históricos e imagens simbólicas, e dessa forma propõe à massa entender o passado contextualizando-o no presente. O que não deixou de haver também foi a oportunidade e contato com opinião de gente muito crítica, como o escritor e jornalista Juremir Machado, autor do livro A miséria do jornalismo brasileiro, que caracterizou o jornalismo cultural brasileiro como medíocre, mal feito, formado por um bolo de compadres e que não desperta curiosidade.

Juremir elucidou que o jornalismo brasileiro é marcado pelo regionalismo e que a ausência de subjetividade faz do jornalismo mecânico e burocrático. De um modo geral o autor definiu o texto jonalístico hoje como uma dramatização da história em que a mídia constrói um herói. Essa foi uma das palestras mais interessantes.

No que tange as questões tecnológicas foi bastante debatido a respeito de como o MP3 mudou a forma de consumir a música, diminuir barreiras culturais como oferecer a possibilidade de trazer músicas de outros países que não estão à venda no Brasil e o consumo unitário da música. A partir disso foi questionado se o MP3 pode substituir o CD. Também muitas curiosidades como a TV de hiperdefinição que é 33 vezes maior e melhor que está sendo desenvolvida no Japão e o MP9 já à venda.

A cada evento que participava ficava mais elétrica, uma crise de compulsão da escrita que não permitia que eu parasse de escrever, embebida em tanto conhecimento em um curto espaço de tempo. As horas demoravam a passar e mesmo assim não havia tempo suficiente para tomar um fôlego, era emoção demais. Aja coração!

Mas foi o Núcleo de Pesquisa de Fotojornalismo, uma das quais não irei esquecer. A princípio, foi apresentado um resumo da história do fotojornalismo e concepções interessantes. Exemplos foram utilizados para ilustrar essa trajetória e a evolução do fotojornalismo no Brasil, de quando o instantâneo ainda não era possível e sim planejado.

O fotodocumentarismo ou fotojornalismo utilizado por muitos autores famosos como Paulo César Boni e Lewis Hine que tratavam os problemas sociais como forma de causar impacto na sociedade, repercutiu em grandes transformações e conquistas. Fiquei inteirada do último trabalho do renomado fotógrafo Sebastião Salgado e fiz certa alusão ao tema do Intercom. Entitulado de Gênesis, o documentário propõe uma reflexão social quanto a preocupante situação atual do meio ambiente, “ou você salva o que está sendo fotografado ou a raça humana poderá ser a próxima extinta”.

Fiquei arrepiada e me senti provocada! Foi possível fazer muitas amizades, trocar idéias, e-mails. Diante do nível dos trabalhos apresentados no Intercom Júnior, categoria para estudantes em fase de conclusão de curso, instigou nosso ego para a apresentação de um trabalho no próximo Intercom, algo do que já produzimos até agora.

Durante o dia no congresso e à noite balada. Foram assim os seis dias na capital potiguá. Descobertas, experiências agradáveis, conhecimentos, coincidências, amizades, fotos, praias, mancadas, festas, situações imprevisíveis, insônia e muita energia. Episódio que com certeza não sairá assim da memória por tão cedo. Ao final dessa aventura, é doloroso despedir e como diz a canção, Natal, I have to go now.



[Ana Lúcia Souza]

Programação alternativa

O centro nervoso da UFRN e do INTERCOM, pelo que pudemos constatar, chama (va)-se Centro de Convivência. Do credenciamento ao encontro para almoço, compra de livros, encontro com colegas. Tudo passava por lá. Inclusive parte da programação alternativa.

Contando com shows, circo, e eventos das mais variadas formas e tendências, a organização do INTERCOM 2008 procurou satisfazer a gregos e troianos durante os quatro dias de programação. Na quarta-feira, 03, enquanto muitos dos congressistas procuravam uma cadeira desocupada para saciar a fome no Restaurante dos Professores da UFRN, o grupo Pau e Lata se apresentava em frente ao Centro de Convivência.



Formado por homens e mulheres acima – pela observação feita, tudo leva a crer que seja isso – dos 18 anos, o grupo prima pela musica de percussão com vazão para instrumentos pouco convencionais, como latas de lixo. O show de pouco mais de 30 min, serviu para descontrair aqueles que vieram de longe.

Fotos: Anton Roos

OFCOM – Oficinas Práticas

Oficialmente o congresso começa somente na quarta-feira. É praxe, todo ano a mesma coisa. Na terça-feira o ritmo ainda é lento e assustadoramente preocupante. Salas vazias, não apenas pelo atraso dos inscritos e participantes, mas também dos congressistas ou como dito pelo Setor II da UFRN, dos “oficineiros” (responsáveis por conduzir os trabalhos de cada oficina).

De gosto duvidoso ou não, o que vale mencionar é que passava das 9h30 e nem sinal do responsável pela Oficina de Assessoria de Comunicação Sindical aparecer. A saída conforme explicado por um dos voluntários atuantes no congresso seria procurar outra oficina para participar.

Para nossa sorte (minha e de Thiara), das 17 oficinas do INTERCOM 2008, 12 aconteceriam no Setor II do Campus da UFRN, entre elas Técnicas de Produção Textual, Produção em TV, Gêneros de Webjornalismo e Jornalismo em Revista: da pauta à edição, as demais no Campus da UERN em Mossoró, distante aproximadas 4h de ônibus. Ou seja, aquela hora da manhã, carta fora do baralho.


A escolha por revista
Feita a opção por Jornalismo em Revista, as coisas começaram a ganhar ar de congresso. Em pouco tempo, a Sala 1, do Bloco G do mesmo Setor II citado no primeiro parágrafo, foi ganhando novos participantes, todos deficitários de “oficineiros” ou a procura de encaixe. O responsável pela oficina foi o Editor de Redação da Revista IMPRENSA, Rodrigo Manzano, e o designer Esper Leon.

Dividida em três turnos. Manhã e tarde de terça, e tarde de quarta a oficina teve por objetivo, esboçar o projeto de uma revista direcionada e pautada no tema central do INTERCOM 2008: Mídia, ecologia e sociedade. A missão, escolher um entre três projetos, pautar e por fim, definir quem ficaria a cargo do que para a finalização da revista.

Entre dois pólos: positivo e negativo
O saldo apesar das diferenças e principalmente da miscelânea de lugares de cada participante, foi positivo. Pois, além de se conhecer como funcionam as miudezas do projeto gráfico de uma revista, todos puderam pautar e discutir possibilidades para a viabilização do projeto. O fator negativo se deve ao curto espaço de tempo para todas discussões e definições.

Na manhã de sexta, no casual encontro dos fasbianos com Manzano (ver texto “Encontros casuais no Morro do Careca” escrito pela Ana), ele confidenciou que a idéia inicial era fechar todo projeto em Natal. Em suma, discuti-lo, decidir em qual trabalhar, pautar as reportagens, ir a campo, revisar o conteúdo, escrever e editar. Infelizmente, caso fosse assim, não se haveria tempo para se participar de outras atividades do INTERCOM, além de muitos participantes terem apresentações de trabalhos nos dias subseqüentes..

Outros exemplos: Produção em TV e Gêneros de Webjornalismo

Thiara optou por Produção em TV. O “oficineiro” pela qual ela aguardava não compareceu por questões de saúde. Quando nos encontramos para o almoço ela me disse que a idéia da oficina de TV também incluía produção dirigida para a área, o que seria feito na parte da tarde.

No sábado enquanto esperava obter o certificado da oficina de revista, encontrei uma brasiliense estudante de jornalismo do 4º semestre, Carol Curvello que participara da oficina de Gêneros de Webjornalismo. O discurso foi o mesmo. Produção e prática. De acordo com ela, os participantes poderiam realizar pequenas reportagens pelo INTERCOM ou tendo por base conteúdos coletados na internet criar textos específicos para web.

[Anton Roos]

Fotos: Anton Roos (1 e 2), Ana Lúcia Souza (3)

segunda-feira, 8 de setembro de 2008

A última noite....Sancho Pub


Depois de um dia inteiro de congresso nada melhor que chegar no apê Beth tirar uma soneca atè as 9:00 da noite e se preparar para a útima noite de festa que tinhamos certeza que iriamos fechar com "chave de ouro".

O sono nos renovou, tinhamos energia de sobra pra festejar a noite toda, e foi isso que fizemos. Chegamos no Salsa (região próxima a praia de Ponta Negra em que se concentram bares, pubs e restaurantes) lá pelas 23:00 h fomos a uma tapiocaria (Casa de Táipa) muito simpática, totalmente caracterizada com motivos nordestinos para comer beijú, ou melhor tapioca, para os potiguás.


Aí uma decisão difícil:Qual seria o bar em que iriamos na última noite em Natal. Escolhemos o Sancho Pub, o único da lista que ainda não tinhamos ido. Chegamos cedo e entramos de graça - aliás a maioria dos bares do Salsa não cobra antes da meia noite - nossa escolha estava acertada.

O ambiente era diferenciado, parecia uma oficina mecânica e tinha como atração principal a banda Moby Dick que tocava pop rock. Muito legal, tocaram de tudo, de Cazuza a The Doors (Anton tava enfeitiçado no meio do povo nessa hora) .






Lá encontramos amigos que fizemos no congressos que para variar eram gaúchos como eu e o Anton e passamos a noite contando uns para os outros nossas experiências legais e um tanto desastrosas no nordeste. Fora os amigos que fizemos de vários outros estados do Brasil o mais importante foi ter fortalecido a amizade dos quatro fasbianos que curtiam a última noite no paraíso com esperanças de fazer a mesma viagem ano que vem, só que para Curitiba - PR.

OBS: Teve mais uma pessoa que "molhou a palavra" neste dia....

[Bruna Pires]

A altivez de Juremir

Depois de tanto falar das festas, das trapalhadas dos encontros e etc, acho que agora é hora de abordar sobre o que vimos no INTERCOM em matéria de conteúdo jornalístico.

Na quarta-feira, dia 5, seria nossa primeira manhã de palestras, estávamos curiosas (eu, Simone e Ana) sobre o que seria discutido LIBERCOM, já que tínhamos escolhido aquela atividade por último na hora de fazer a inscrição por não sabermos direito do que se tratava.

A palestra debatia sobre temas livres em comunicação, sobretudo o dialogo de gerações, os professores convidados foram Marialva Barbosa da UFF e Juremir Machado da PUCRS.

Primeiro tivemos a explanação da profes
sora doutora Marialva, ela começou falando sobre o resgate do passado através do fazer jornalístico, salientando que o passado só se materializa no presente e que os meios de comunicação, principalmente a TV e o jornal servem como janelas misteriosas que mostram os acontecimentos importantes das gerações passadas. Marialva mostrou como exemplo cenas da mini-série JK da rede Globo.

Já o professor Juremir Machado contextualizou a década de 80, sobretudo o jornalismo cultural. Modéstia a parte a meu ver, e puxando o saco com certeza ele foi brilhante.

Com seu jeito discreto, feições franzinas e um ironismo procedente, o professor mostrou a outra face do jornalismo cultural, sobretudo as dificuldades de faze-lo na década de 80 e hoje ainda.

Juremir não poupou palavras na hora de criticar a editoria, disse em alto e bom som que “o jornalismo cultural é a lata de lixo dos jornais. É um poço de vaidades e só verve como agendamento de artistas”.

Para isso deu exemplos do que está acontecendo hoje, no que se refere à manipulação em busca de lucros, nos grandes jornais e até na literatura brasileira, nos livros biográficos como Chatô e a Biografia de Paulo Coelho feita por Fernando Morais.

Ao final o professor disse que para que o jornalismo tenha melhor qualidade daqui por diante é preciso amenizar a manipulação, fazer jornalismo mais subjetivo e mais voltado para o nacional ao invés de regionalizar tanto, a exemplo dessa regionalização mostrou a influencia de interesses regionais em coberturas esportivas.

Acredito que se eu tivesse que apresentar o trabalho sobre a editoria de cultura, da matéria de jornalismo especializado, sairia muito melhor pois Juremir falou sobre coisas as quais talvês eu não soubesse tão sedo....

OBS: Na biblioteca da FASB tem um livro de Juremir Machado, “ A miséria do jornalismo brasileiro (2000)”, quem tiver interessado em saber e quiser ler um pouco do que aprendemos com ele.


[Bruna Pires]

sábado, 6 de setembro de 2008

Fotojornalismo x Fotodocumentalismo

As palestras que mais prenderam a minha atenção foram as sobre fotografias.

Essas palestras mostraram o quanto a fotografia é importante no fazer jornalístico.

Existem diferenças entre os dois tipos de fotografias, pois no fotojornalismo existe a imprevisibilidade, apesar das pauta, já no fotodocumentalismo existe a previsibilidade.

No fotojornalismo presente em algumas revistas como a careta de 1922 explora o lado trágico dos acontecimentos, mas também mostra também que os fatos do cotidiano são muito importantes.

Em fotodocumentalismo o jornalista poderá planejar suas fotos e publicá-las depois de um certo tempo.

Fotógrafos como Lewis Hine e Jacob Riis usavam as fotografias para provocar a sociedade em relação a assuntos como a exploração da mão-de-obra infantis e vários outros assuntos de cunho social.
[ Simone Chaves]

Nos vemos na terça

Salve colegas e leitores deste breviário. Infelizmente, até a volta para Barreiras, ficaremos sem novos posts. O INTERCOM termina hoje, e a Lan House não abre a noite. Nossa viagem está marcada para amanhã as 9h. A noite a previsão de mais festa, afinal, temos de aproveitar os últimos suspiros de nossa saga por Natal.

Todavia, pela quantidade de informação e aprendizado (temos alguns textos engatilhados especificos sobre as atividades que participamos) queremos postar mais e mais neste breviário, ou em nossos blogs particulares.

De presente, deixamos algumas fotos inesquecíveis desta viagem e alguns links de outros projetos magnificos que conhecemos aqui.

Até terça, com a benção de Deus.

[Anton Roos]




Curtas, curtíssimas, curtérrimas


A primeira: “Temos fobia a passarelas”


Por mais incrível que isso possa parecer. Existem fobias para tudo quanto é gosto e estilo: escuro, aranhas, sapos, gelatina de limão, palhaços, ciganos, etc. Aqui em Natal, descobriu-se uma fobia coletiva. Fobia de atravessar passarelas que cruzam avenidas. A noite isso se torna ainda mais assustador. Uns soam as mãos outros, parecem pastores segurando cajados de libertação, outros desfilam como se estivessem em uma corda bamba. Um assombro completo.
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A segunda: “Fui gringo por 30 segundos”

Caminhada descompromissada pela praia de Ponta Negra, Morro do Careca e afins. Sozinho a procura das meninas fasbianas. Camiseta do Chicago Bulls, pele tal qual um tomatinho de feira, sacola no ombro. O típico gringo de férias no litoral brasileiro. Um nativo pergunta:

- Hi, how are you.Do want a sun glass?

Resposta instintiva: No thank you.

- 10 dollars

Novamente: No thank you

Where you from? retruca o nativo vendedor de óculos de sol.

- I´m from United States.

É, foi a primeira coisa que me veio a mente. Sabe, camiseta do Chicago Bulls, nada mais adequado. Além do mais, causou surpresa o inglês do ambulante do Morro do Careca.
[Anton Roos]

Encontros casuais no Morro do Careca

Elétrica, insone. Assim tem sido meus dias desde que cheguei a capital dos natalenses. Não esperava tantas surpresas e coincidências. Ainda estava desolada por não conseguir participar da Oficina de Jornalismo em Revista e aprender um pouquinho com ninguém mais, ninguém menos que Rodrigo Manzano, Editor de Redação da Revista IMPRENSA, a qual sou assinante, e nem sequer ter tido a oportunidade de conhece-lo pessoalmente.

Tentaram me consolar de todas as formas, mas no fundo não parava de pensar em tudo que poderia ter aprendido se tivesse participando com o Anton da oficina de revista. Quis o destino que depois de uma boa caminhada pela praia de Ponta Negra, quando já estávamos mais carecas em saber que o Morro do Careca continua tão ou mais careca que o Anton esta, de repente, o próprio comenta:

- Sabe quem vem ali cara?

- Quem. Retruquei.

Pois para minha surpresa, era ele, de sunga e acompanhado de acordo com o relato do Anton, pelo design gráfico Ésper Leon, que o ajudará a ministrar a Oficina. Sem muito tempo para pensar, o Anton prontamente intermediou o tão aguardado encontro. Então, ali em meio aquela paisagem linda, por poucos minutos, nós três conversamos sobre o trabalho em revista.

Assim e parafraseando o Professor Pedro Bergamo. O “inesperado” acontece.
[Ana Lúcia Souza]

Na balada do congresso

Amizades, informações, alguns mitos decorrentes á adaptação em Natal, palestras, cursos o dia todo. Mas, nada de ficar em casa à noite que – diga-se de passagem – é apenas uma criancinha.

A chegada do Professor Ronei contagiou a turma. Descobrimos um lugar fantástico na mesma rua de agitos da noite anterior: o Taverna Pub. Em forma de um castelo medieval, internamente é decorado de forma medieval e com garçons vestidos como serviçais de tempos imemoriais de reis e rainhas.

Ao som de muita música brasileira, ritmo que predomina nas noites de quinta, tivemos a melhor noitada desde que chegamos ao Rio Grande do Norte. Isso sem contar o Prof. Ronei, animadíssimo e nos ensinando passos diferentes para dançar, cantando todas as músicas e demonstrando um repertório de danças dos mais variados.

Dica: Duas fotos da turma no site do Taverna Pub.





[Ana Lúcia Souza]

Da saga do chopp ao Rasta Pé

Na tentativa de encontrar diversão para nossa segunda noite em Natal, acabamos, quase por acaso, na praia onde conhecemos o fotográfo do Mostra Caixola. Era quarta-feira, e depois da abertura oficial do congresso a promessa era de festa com shows de samba de mesa e forró. Dali partimos em busca de aventura e consequentemente boas histórias para contarmos na volta pra casa.



O Anton já estava ficando chato de tanto falar que queria e precisava tomar um chopp. Rodamos a rua dos agitos de Natal, até que ele – enfim – conseguisse matar a sede de chopp, o que já tinha se tornado uma busca incansável de todas nós também.

Estavamos num dos pontos mais badalados da cidade e ponto de encontro dos congressistas do INTERCOM. Caímos no forró numa casa de shows chamada Rasta Pé. Pra quem não era adepto do ritmo como nosso colega gaúcho, e acabou entrando literalmente no clima, sem esquecer de certa pessoinha que “molhou a palavra”, literalmente.




Depois de muito “rasta pé” saímos de lá por volta das 2h da madrugada, exaustos, porém, satisfeitos e com baterias recarregadas para as jornadas de atividades da manhã que se aproximava.

[Ana Lúcia Souza]

Ampliando a "network"

Uma das coisas mais legais de eventos como o INTERCOM, além das oficinas, paletras e mesas de discussões é a possibilidade de se conhecer pessoas e fazer contatos com profissionais que já atuam na área jornalística e que podem nos passar um pouquinho da bagagem de experiências que possuem.

Na terça-feira pela manhã, eu, Ana e Simone, fomos a praia. Lá encontramos o fotográfo curitibano André Zielonka da PUC do Paraná. Na conversa que tivemos, ele disse que veio a Natal para apresentar um trabalho sobre “a busca de um novo sentido para o ver e o ouvir na construção audiofotográfica”.

Pegamos o mesmo ônibus que saia de Ponta Negra (a praia que estávamos) até o ponto de referência mais fácil para nos localizarmos (Via Praça). O trajeto de aproximados 20 minutos, rendeu um papo descontraído e muitíssimo proveitoso. Ao saber que éramos da Bahia, André demonstrou grande interesse, pois passou 10 anos fotografando pelo estado. Ele nos disse que conhece Barreiras.


Foi por causa da sacola azul do INTERCOM que conhecemos André. Quem diria, que conheceríamos um fotográfo profissional numa parada de ônibus de Natal?

Quem se interessar em conhecer mais o trabalho de André Zielonka, acesse os links logo ali no final deste texto. Lá é possível encontrar o diário da viagem à Natal e o ponto de vista dele sobre o INTERCOM, além de muitas fotos.

Projeto Mostra Caixola - Blog do profissional

André Zielonka website - Site oficial do fotografo

[Bruna Pires]

As irmãs

O local é o centro nervoso do agito natalense. O boteco, o Galo do Alto, o único nas imediações com chopp gelado e curiosamente de propriedade de um gaúcho, como dois dos nossos queridíssimos congressistas fasbianos. A noite está convidativa e sendo degustada com devoção.

Entre as lembranças dos colegas que permaneceram em Barreiras, as futilidades de uma mesa de bar, e os muitos aprendizados do INTERCOM, uma pérola devidamente lapidada para esse breviário: duas amigas, colegas de faculdade, dois anos de convivência, em Natal, a mais de 2.000 km de casa, descobrem-se “irmãs” graças ao “Natal”.

- Ninguém lembra do meu níver, só porque é perto do Natal. Diz uma com pesar.

- Engraçado, comigo acontece o mesmo. Você é de que dia? Dispara a outra, levemente comovida com o pesar da companheira.

- 23 de dezembro. A surpresa foi instantânea. Aninha começa a mexericar suas mãos e sem esconder a emoção da descoberta responde:

- O MEU TAMBÉM!

- Nossa, amiga estamos ligadas

A intensidade do brilho nos olhos de Bruna e Ana Lúcia aumenta. As pessoas das outras mesas percebem a euforia extrapolada pelas colegas. O papo cresce em entusiasmo.

- Mas o meu foi cesária.

- Ahhhhh! O meu também miga.

- Peraê. Eu nasci as seis da tarde, e você?

- Não acredito, EU TAMBÉM.

A noite estava ganha. Brindamos a descoberta, com a certeza que nem tudo que acontece em um congresso merece permanecer no congresso. Afinal, nascer às vésperas da principal festa do calendário ocidental pode não ser tão interessante, quanto descobrir uma “irmã” na cidade de Natal. Sem dúvidas, deve ser presente de “Papai Noel”.

[Thiara Reges e Anton Roos]

quarta-feira, 3 de setembro de 2008

Da localização da trupe e o primeiro dia oficial de congresso

Natal não assusta mais. O frio na barriga quando da chegada à cidade passou. Já conseguimos nos localizar com certa margem de segurança, o que garante algum conforto e tranqüilidade para realizar certas coisas, tipo ir a lugares – até ontem impossíveis - a qualquer hora, por exemplo.

Nosso esconderijo está localizado a aproximados 1 km e meio da UFRN. É possível irmos a pé até a faculdade sem que gastemos mais que 30 minutos. Estamos a três quarteirões da Avenida Senador Salgado Filho, principal da cidade e que liga Natal de um extremo a outro. Por questões óbvias se tornou nosso ponto de equilíbrio e de certa forma, de encontro.

A Lan House utilizada para manutenção do blog esta localizada ao lado do Hotel Residence. Daqui conseguimos avançar para onde nossos desejos “natalinos” permitirem, o que de certa forma tem nos facilitado um bocado.

O INTERCOM oficialmente começou hoje, 03 de setembro. Infelizmente, algumas oficinas foram adiadas, o que causou transtornos e remendos na formação dos grupos de cada atividade. Apesar da primeira impressão ter sido de despreparo e até certo ponto, desorganização, o saldo apesar dos pesares é – e será – positivo.

[Anton Roos]

Surpresa agradável

Hora atualizada. 15:55h. O ar condicionado mantém a temperatura suportável na Sala 4 do Bloco C, do Setor 2 da UFRN. Depois de um início de manhã conturbado e onde por pouco fiquei sem opção de atividade, acabei deslocado para assistir uma oficina sobre Jornalismo e Revista – da pauta a edição, ministrada pelo jornalista e editor da Revista IMPRENSA Rodrigo Manzano.

De certo, e de momento, os quinze minutos de “break” para o cigarrinho do Manzano ou um copo de água para restabelecer as energias. A sensação de quentura e estafe é constante em Natal, a qualquer hora do dia. É preferível permanecer diante do computador, aproveitando o momento para atualizar o breviário, que sair de encontro ao torrencial sol da capital potiguar.

De antemão, e além dos inúmeros aprendizados deste 03 de setembro, a previsão de continuidade deste projeto, em forma de uma revista em formato PDF, totalmente confeccionada pelos participantes desta oficina. A saga pelo visto há de continuar e as novidades certamente serão postadas cá neste blog. Para desfecho deste breve relato, as palavras de Rodrigo: “A revista é por natureza um veículo de síntese, o timing é diferente do jornal”.

[Anton Roos]

Fotos, assim que possível. Detalhes do primeiro dia em Natal, idem.

terça-feira, 2 de setembro de 2008

Até que enfim, Natal!

Pela vidraça do ônibus a típica paisagem do sertão nordestino, o sol de rachar, criações de bode, mandacarus. À frente, estrada e mais estrada. Um percurso longo que volta e meia era cortado por rápidas passagens que variavam entre pequenos lugarejos e grandes cidades. A noite se torna mais longa ainda quando se tem pernas grandes e nenhuma possibilidade de conforto. O barulho, cansaço, odores e a conversa persistente do companheiro paraibano ao lado, que além de ter a mesma fronha de travesseiro que a minha, já estava me deixando mais louca ainda por roncar e espantar assim meu suposto sono. Ao longo do caminho muitos desceram e nós ali, agora mais perto do destino final, só faltavam 6 horas. Ao meio-dia de 02 de setembro desembarcamos em Natal, finalmente. E já não era sem tempo!


[Ana Lúcia Souza]

Longa Viagem

Logo que embarquei me pequei falando para mim mesma: que bom, irei pra Nata! Só que as horas começaram a passar e o cansaço começou a ser persistente, e logo já estava meio desanimada.

Quando comecei a prestar mais atenção nas paisagens de cada cidade, percebi que tudo isso valeria a pena, pois essa viagem está nos proporcionando grandes alegrias.

Passamos por lindas cidades e também por pequenos povoados que ficaram marcados por momentos bons e ruins. Mas suas belezas e peculiaridades deixarão marcadas para sempre só os momentos bons, pois todos eles deixaram lembranças diferenciadas em cada um de nós.

[Simone Chaves]


Santos, o motorista

Quando Santos chegou tínhamos acabado de jantar, ou quase isso. O badalar das dez da noite de segunda-feira estava próximo, e a ponte entre Juazeiro e Petrolina fazia parte do passado. A opção alimentar daquela parada, passou longe de ter sido a melhor escolha. Misto quente. Todavia, foi a melhor alternativa a fim de se evitar uma senhora pratada de arroz com feijão.

Juazeiro e Petrolina são vizinhas. Uma pertence a Bahia outra à Pernambuco, porém nada as impede de trocarem figurinhas vez ou outra, obra de seus moradores e filhos. Segundo o burburinho dos passageiros do Planaltão: Goiânia – Natal, serviu de inspiração para Luis Gonzaga em uma de suas canções.

Para nós, estafados de um dia inteiro rolando a poupança de um lado a outro, a Bahia fazia parte de uma estatística, tipo, passamos por aqui e daqui pra frente é Paraíba e Rio Grande do Norte. Para Santos, também, ossos do ofício. Conduzir os passageiros do ônibus até Pombal/PB.

Do tipo brincalhão, Santos entrou no ônibus com o intuito de ganhar de cara aqueles que conduzia. Conseguiu. Fez piadinha, caretas e transformou, por instantes, a longa noite de travessia pela “rota da maconha” em Pernambuco, algo no mínimo incomum.

Cá estamos, sãos, salvos e com as caretas do Santos na memória.


[Anton Roos]

Enfim Pombal-PB

Terça-feira, algo em torno de 06 horas da manhã, e a triste notícia de mais 06 até o tão esperado encontro com o Papai Noel. As quatro belas moças Fasbianas admiram um pequeno belo rapaz vestido de bombeiro.

Até que surge a pergunta quase que coletiva: onde estamos mesmo? Eu, aparentemente ainda sonolenta respondo prontamente que estamos em Pombal. Resposta esta, vaga e simplória demais para o grupo de Focas.
Moço da Pipoca, onde é Pombal? Pergunta óbvia, resposta óbvia: Aqui. Claro que ainda não satisfeita: Então, mas é o quê? Pernambuco?... Não, não, Pernambuco ficou lá pra trás, completa o paciente Moço da Pipoca... Mas pra onde vocês vão? (ele também desperta a alma foca) Vamos para Natal... -Há então não se preocupa não moça, tá pertinho, aqui já é Paraíba!

Enfim Pombal... Enfim a Paraíba... Ou melhor: Enfim o Recanto de Mardenzinho.


[Thiara Reges]

Meio dia às nove e meia



Ladeira. Ônibus parado. “Quinze minutos” avisa o motorista. É tempo dos cinco fasbianos metidos nessa louca aventura, finalmente, conversarem sobre a viagem e o tudo que pode acontecer nos dias de congresso na capital potiguar.

Olho no relógio. Nove e meia da manhã. Novo olhar, não é possível. A madrugada de Barreiras parece tão distante, um sonho bom, apesar da sensação de torpor abaixo da nuca. Era o almoço que esperavamos. Na falta de, muita água para recarregar as energias.




Foto: Ana Lúcia


Seabra, o calor é fatigante. Ana Lúcia anuncia: a fronha do travesseiro é igual a minha. Como? Sim, a fronha do travesseiro é igual a minha. Com os ouvidos mezzo embaralhados pelo zunido do ônibus, retrucamos: Você babou na fronha do travesseiro ao seu lado?

Não, não. A fronha do travesseiro é igual a minha, repete Ana. Bingo. Primeira coincidência. Poltronas 15 e 16. Mesmas fronhas de travesseiro. E olha que eram apenas nove e meia da manhã do primeiro dia, e ainda estávamos na Bahia de todos os santos e casos, e acasos.




[Anton Roos]

Contrastes no meio do caminho


Eram 3:00 da manhã quando saímos de Barreiras-BA. No início tudo parecia confortável, a poltrona, o ar-condicionado, o balanço. Neste primeiro dia passamos cortando nosso estado de origem, a Bahia. Vimos o amanhecer em cima da ponte do Velho Chico em Ibotirama (este que no momento estava com o nível muito baixo, em função da estiagem); os chapadões nas proximidades de Seabra, e até o puro sertão baiano.

Ao ver aquelas paisagens áridas, sem cores e ardida me recordaram de histórias que caberiam perfeitamente para ilustração daquele cenário. Uma foi a narrativa de Graciliano Ramos, Vidas Secas, vi muitos Fabianos, muitas baleias que a princípio, eu imaginava estavam muito distantes da minha realidade.

A outra se refere ao trecho de um dos poemas de Drummmond ao qual ele fala "No meio do caminho tinha uma pedra, tinha uma pedra no meio do caminho". Essas pedras ao qual eu me refiro usando esse exemplo são as pedras sociais, a desigualdade social mostrada impregnada nas estradas por onde passamos.

Tantas paisagens, tantos lugares diferentes que eu ainda não conhecia. Nossa quanto o Brasil é um país de contrastes... um país tão grande que se visto e interpretado através dos caminhos percorridos de sul a norte é muito diferente, nem parece ser o mesmo.

O dia termina em Juazeiro, divisa com Petrolina primeira cidade do Pernambuco. A Bahia ficou pra trás, o segundo e último dia de viagem veio trazendo o cansaço o mau-humor, e a ansiedade de chegar em Natal tanto para se divertir quanto para absorver o máximo de informações e experiências no Intercom.

[Bruna Pires]